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Dilma fez campanha em rede nacional no Primeiro de Maio

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Créditos Alex Loyola - PSDB

 

O discurso da Presidente Dilma Rousseff, transmitido em rede nacional de rádio e televisão, com o pretexto de comemorar o dia do trabalho, não foi discurso de chefe de governo, mas propaganda eleitoral de candidata ? reeleição. Suas palavras, destinadas a conquistar simpatias e apoios, deram continuidade ? campanha eleitoral em que se empenha, ao comparecer com frequência ? televisão como presidente da República.

Chamam especialmente a atenção suas palavras de defesa da Petrobrás, contra as críticas feitas ? empresa. O que faz mal ? Petrobrás não são as críticas ? sua orientação, mas os erros graves cometidos pelo governo, responsável pela dramática situação moral e financeira em que ela se encontra. É a política econômica do governo a responsável pela depreciação do patrimônio da empresa, reduzido ? metade do que valia e aos prejuízos provavelmente irrecuperáveis que lhe foram impostos. Esse quadro de comprometimento da Petrobrás já seria suficiente para demonstrar os equívocos da política econômica do governo, mas este lhe acrescentou o episódio da compra de uma refinaria sucateada nos Estados Unidos, por preço inacreditável, e em operação de tal forma inexplicável, que mais recua para a sombra quanto mais se afobam em esclarecê-la .

Que autoridade tem o governo para intitular-se defensor da Petrobrás se é ele o autor exclusivo, por si ou por seus agentes, da presente desgraça da empresa? A Petrobrás não necessita da proteção do governo. Precisa, sim, de quem a defenda do governo, que nela só intervém para comprometer sua eficiência, reduzir sua produção, abalar seu crédito e além de outros prejuízos colocar em dúvida a competência profissional de seus técnicos.

Não é por acaso que o governo enfrenta o severo julgamento do povo, traduzido na desestima das pesquisas de opinião. Infelizmente há mais o que examinar entre os muitos equívocos de sua ação. Os documentos publicitários de promoção do Plano de Aceleração do Crescimento, de onde viriam obras há muito reclamadas pela Infraestrutura, parecem recolhidas aos álbuns de recordação dos membros do governo. Há entre eles evidente incapacidade de retirada do papel das obras que prometem, e as que se salvam desses estudos infindáveis são paralisadas ou nem começam? a ser? construídas . As obras de transposição das águas do São Francisco são o mais visível exemplo dessa inoperância administrativa, arruinadas como se encontram pelo desinteresse ou incapacidade para concluí-las. Outra demonstração dos improvisos do governo é o quanto se gastou na elaboração de projetos que se mostrou inexequível, o trem de alta velocidade entre Rio e São Paulo, o famoso trem bala, ainda sem um metrô de trilho implantado apesar das despesas que acarretou.

Diante do enfraquecimento da economia, da resistência e até do risco de aumento dos índices de inflação e principalmente em face dos primeiros e assustadores sinais de desemprego, esperava o país que a presidenta explicasse as medidas destinadas a conter e a superar esses efeitos negativos da política econômica que adotou. A presidente, no entanto, voltou-se para o mesmo equívoco em que incidira por ocasião das manifestações públicas ocorridas em junho do ano passado. Para livrar-se de explicações sobre a ineficiência do executivo insistiu na consulta nacional sobre a reforma política. Esta é, de fato, uma reforma pela qual todos ansiamos, convencidos, como estamos das distorções do atual sistema de representação parlamentar. Mas é uma reforma que lastimavelmente habita o terreno das proposições vagas e difusas, exatamente como a propôs a Presidente da República em seu discurso, sem definições, regras ou princípios que uma vez propostas possam ser respondidas em clareza.

O que pretende a nação da presidente é a adaptação de sua política econômica ? s realidades que a ela claramente se opõem e de cujo contraste só resultou prejuízos para o país. As instituições políticas, necessitadas de reforma, bem ou mal funcionam e apesar de seus defeitos asseguram o funcionamento do regime democrático. Da economia não se pode dizer o mesmo. Quanto mais gasta o governo na propaganda de seus supostos êxitos, mais se amesquinham as perspectivas do crescimento econômico, traduzido em um PIB desanimador. A produção do etanol entrou em colapso com o fechamento em cadeia das fábricas de sua produção, encontrando-se em recuperação judicial as poucas que escaparam da falência. Esse é outro efeito inegável da política econômica do governo, feita de voluntarismos, de inspirações súbitas que custam caro ao país, como a desastrada intervenção no setor elétrico. A Insólita intervenção da presidente na fixação da taxa de juros, atropelando o Banco Central, é outro sinal do voluntarismo presidencial. Como a economia não obedece a caprichos, a taxa voltou a subir e é hoje mais alta do que na época da posse da presidente.

Não há exagero na afirmativa de que o governo deixou-se dominar pela apatia diante dos problemas mais importantes. A cada propaganda sobre a vinda dos médicos cubanos corresponde uma visão dos corredores dos postos de saúde e dos hospitais públicos superlotados de doentes, submetidos a longas e aflitivas esperas, pela oportunidade de uma consulta. O tumulto nos aeroportos, que em algumas capitais vai resultar na construção de puxadinhos de emergência, a demora no transporte e no embarque dos carregamentos de soja, fonte preciosa de divisão, pelo mau estado das estradas e deficiente administração do porto, basta para demonstrar que a infraestrutura compete com a saúde em termos de deficiente aplicação dos recursos federais.

O ar triunfalista da presidente da República é uma atitude estudada, pois não lhe podem ser estranhos os reveses de seu governo. Afinal é mais fácil apegar-se a frases de efeito, elaboradas por especialistas em publicidade, do que ocupar-se de problemas difíceis. Uma dessas frases, que tanto a presidente quanto os membros do governo esperam repetir, até que pela repetição se torne uma verdade, é a de que os governos petistas realizaram o milagre de conter a inflação e de mantê-la em níveis satisfatórios para a população. A afirmativa não peca somente pela audácia, pois zomba também da inteligência alheia. O domínio da inflação data de vinte anos e é obra do Plano Real, concebido e executado contra a campanha negativa do PT, quando ministro da fazenda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Disso todo mundo sabe, como também sabe que nunca foi do interesse da presidente Dilma Rousseff manter a inflação no centro da meta de 4,5%. A meta real do governo, não confessada mas visível, é a de mantê-la nos atuais 6,5%, para não deprimir ainda mais a atividade econômica. A taxa é alta em comparação com a de qualquer país economicamente organizado e ainda assim ameaça elevar-se segundo os cálculos dos especialistas. Aliás, o que interessa realmente ao governo é segurar de modo geral os preços até as eleições, que espera inutilmente vencer com esse e outros artifícios que adotar. Os artifícios, por mais que os escondam, estão ? vista da imprensa, que regularmente os denuncia. O Governo descumpre as metas fiscais, manipula balanços, aceita sem reação a taxa de inflação na borda superior da meta, acomodou-se ? taxa pífia de crescimento econômico e em última análise tenta sanar os problemas quando não pode usá-los em proveito próprio. No discurso afirmou a presidente que baixou o preço da energia para impedir sua alta abusiva. O que se deu, na verdade, foi ? redução da tarifa enquanto os custos subiam, o que resultou na quebra das empresas. A tarifa voltou a subir e as empresas são hoje amparadas pelos recursos do Tesouro. Na Administração Pública não se conhece mágica tão onerosa para o contribuinte.

A autoridade moral do governo, seu crédito na opinião nacional, resulta necessariamente da fidelidade das suas informações. É com base nessa confiabilidade que as empresas elaboraram seus planos de expansão, que se projetam negócios e que organizam as famílias seus orçamentos com vistas ao futuro. A isto se chama estabilidade. Como confiar em estabilidade sob um governo de contabilidade criativa, em que os números mascaram a realidade?

O “Estado de São Paulo”, em editorial recente, datado de 03 de maio corrente, intitulado “Contas maquiadas, de novo”, registra que “começou mais cedo, neste ano, a maquiagem das contas públicas, truque usado de forma cada vez mais escancarada pelas autoridades federais”. Nele se demonstra inicialmente que essas autoridades, para fecharem o balanço de março com superávit, contabilizaram dividendos, receitas de concessões e taxas de fiscalização da Anatel, o que “serviu também para tornar menos feios os números do primeiro trimestre, mas ainda foi insuficiente para ocultar a degradação das finanças federais”, afirma o “Estado de São Paulo”. A análise precisa, minuciosa das contas oficiais do governo, feita pelo jornal, ilumina outros desvãos nos quais se operam as ginásticas da contabilidade do setor público, entre elas a destinação de R$2,77 bilhões para cobertura parcial dos custos da desastrosa política de tarifas adotada pela presidente. Isto, com relação apenas ao primeiro trimestre deste ano. Conclui esse grande órgão de imprensa: “Para deter a indisfarçável deterioração das contas públicas, o governo teria de mudar sua política, agir com responsabilidade e aumentar drasticamente a sua eficiência. Para isso, teria que violar os padrões de governo consolidados em mais de uma década”.

 

 

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Última modificação em Quarta, 07 Agosto 2019 09:15

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